Fracturas de stress

Este tipo de fracturas corresponde a uma pequena solução de continuidade do osso. Podem resultar de um excesso de uso, como acontece em desportos de alto-impacto (corrida de fundo ou basquetebol). O ténis, ginástica e dança também se associam a maior risco de fracturas de stress, dado o impacto repetido do pé no solo.

A maioria destas fracturas ocorre nos ossos que suportam peso do pé e da região inferior da perna.

Quando os músculos estão fatigados deixam de ser capazes de absorver o choque resultante dos impactos repetidos e transferem esse stress para os ossos, o que pode originar as pequenas fracturas.

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Os locais mais comuns são o segundo e terceiro metatarsos do pé, o calcâneo, o peróneo e um osso na região mediana do pé.
Na maior parte dos casos, o repouso é a base do tratamento das fracturas de stress.

Factores de risco para as fracturas de stress

Como foi referido, as fracturas de stress ocorrem em actividades de impacto elevado e dependem da frequência, duração e intensidade do exercício.

As pessoas que não praticam exercício também podem desenvolver fracturas de stress. Na presença de osteoporose ou de outras doenças que enfraqueçam o osso, mesmo as actividades diárias podem causar uma fractura de stress. Esta condição é referida como insuficiência óssea.
Um mau condicionamento, ou seja, a prática de demasiado exercício demasiado cedo, é um importante factor de risco para as fracturas de stress.

A utilização de equipamento gasto ou inadequado é outro factor a considerar, bem como uma mudança na superfície onde o exercício é praticado.

Uma técnica inadequada que altere a mecânica de absorção dos impactos no solo.

Por vezes, a presença de uma bolha, de um calo ou de uma tendinite afectam o modo como o pé absorve o impacto do solo e podem aumentar o risco por obrigarem uma menor área de osso a suportar mais peso do que o usual.

No género feminino, a ausência ou irregularidade do período menstrual associam-se a uma diminuição da densidade óssea, aumentando o risco de fractura.

Sintomas das fracturas de stress

Um dos sintomas mais comuns é uma dor que se desenvolve gradualmente, aumenta com as actividades que implicam carga e diminui com o repouso.

Pode ocorrer inchaço no pé ou na parte exterior do tornozelo e sensibilidade ao toque no local da fractura.

Por vezes, verifica-se a formação de um hematoma.

Diagnóstico das fracturas de stress

A observação médica e a história clínica são o ponto de partida para o diagnóstico.

As fracturas de stress são difíceis de visualizar numa radiografia, a não ser na fase de cicatrização. A ressonância magnética é mais eficaz na detecção deste tipo de fractura.

Tratamento das fracturas de stress

Sempre que se suspeita de uma fractura de stress é muito importante interromper de imediato a actividade e repousar. Ignorar a dor pode conduzir a uma fractura total. Deve-se aplicar gelo e elevar o pé acima do nível do coração. Os anti-inflamatórios ajudam a controlar a dor e o inchaço mas podem retardar a cicatrização óssea.

O tratamento depende da localização da fractura e da sua gravidade e tem como objectivo o retorno ao nível prévio de actividade.
Como se referiu, o repouso é muito importante. De um modo geral, são necessárias 6 a 8 semanas para que uma fractura de stress cicatrize.

Durante esse período, podem ser realizadas actividades que não impliquem carga sobre a perna e sobre o pé, como o ciclismo ou a natação. Contudo, é fundamental não iniciar qualquer tipo de actividade sem aprovação médica.

Pode ser recomendada a utilização de calçado protector, que reduz a pressão sobre o pé e a perna, ou de uma tala que fixe o pé e permita uma cicatrização mais favorável. O uso de canadianas também auxilia a recuperação.

Em alguns casos, a cirurgia é importante, recorrendo-se a uma fixação interna do osso com parafusos ou placas que permite uma recuperação mais rápida.

Quando a cicatrização estiver concluída, as actividades serão retomadas gradualmente. Uma possibilidade é alternar dias de repouso com dias de actividade, aumentando-se de um modo gradual a frequência, duração e intensidade do exercício. Outra estratégia é alternar os tipos de exercício praticados de modo a evitar esforços repetidos sobre o pé e tornozelo.

Se tal não for feito, poderão ocorrer fracturas mais extensas e mais difíceis de cicatrizar, causando problemas crónicos.

Prevenção das fracturas de stress

Uma dieta saudável é muito importante, devendo conter cálcio e vitamina D de modo a estimular a formação de osso e reforçar a sua estrutura.
O uso de equipamento adequado e em boas condições ajuda a reduzir a tensão sobre o pé e perna.

A prática de exercícios diferentes de um modo alternado evita o stress repetitivo, principal causa das fracturas de stress.

Qualquer nova actividade deve ser iniciada de modo gradual, aumentando a duração, velocidade e distância a ritmo aproximado de 10% por semana.

O treino de força ajuda a prevenir a fadiga muscular e evita a redução da densidade óssea que tende a ocorrer com a idade.

Fonte: http://www.desportocuf.pt/