MANDAMENTOS PARA CORRER EM DIAS QUENTES

As habituais chuvas e mau tempo foram substituídos por sol e por temperaturas altas, um estado que nos faz sentir que o verão está mesmo a chegar. Apesar de isto não ser certo – ainda faltam dois meses e, provavelmente,

 ainda virá mau tempo – é um bom pretexto para abordar uma questão importante no universo da corrida: que hábitos devem ser adaptados e que cuidados é que os atletas devem ter nos treinos em dias de calor?
A corrida por si só já é uma atividade fisicamente muito exigente.
Se lhe juntarmos o sol e as temperaturas quentes, mais desafiante e difícil ela se torna.  Da mesma forma que é necessário adaptar as rotinas desportivas ao inverno e ao tempo frio, o mesmo deve acontecer quando chega o verão. Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: não colocar a saúde em risco, garantir que o treino decorre nas melhores condições possíveis e conseguir um bom desempenho.
Há sete regras básicas que fazem toda a diferença nos treinos em dias quentes. Para tomar nota e cumprir.
1. Usar protetor solar
Muitos atletas sentem desconforto com cremes no corpo durante os treinos, pelo facto de estes se misturarem com a transpiração. Ainda assim, é essencial manter a pele protegida em dias quentes, sobretudo nas horas de maior calor, quando o sol está muito forte.
O ideal será apostar num creme que seja facilmente absorvido pela pele e que seja à prova de água, para não sair com a transpiração. A protecção deverá ser alta, com fatores entre 30 e 50.
2. Utilizar tecidos transpiráveis
A ideia de que se transpirarmos mais perdemos mais gordura é falsa. O corpo liberta suor de modo a manter estável a temperatura do corpo e a água perdida é sempre reposta por meio da hidratação.
Por isso, em dias de calor, nunca apostar em tecidos quentes para transpirar mais. O ideal é, precisamente, o contrário: roupas leves e com têxteis transpiráveis, que absorvam o suor e que sequem rapidamente, de modo que o atleta não tenha de suportar o peso extra da roupa molhada.
3. Levar alguma coisa para comer
O desgaste energético é superior quando o corpo está exposto ao sol e a temperaturas altas. Por isso, é importante fazer um reforço alimentar, sempre apropriado à prática da corrida: apostar em hidratos de carbono antes do treino, mas vir sempre prevenido com outra fonte de energia para o caso de haver uma quebra durante a corrida. Esta prevenção passa por ter, por exemplo, um gel energético ou tâmaras, para eventuais urgências.
4. Reforçar hidratação
Se a hidratação já é essencial no inverno, no verão ela assume uma importância ainda maior, pelo facto de que se perde muito mais água. É importante reforçar a ingestão de líquidos antes, durante e depois da prova. Caso contrário, corre-se um risco muito grande de desidratação.
5. Correr ao nascer do dia ou ao pôr do sol – mas adaptar o corpo às condições de uma prova
Nascer e pôr do sol. Estas são às duas horas de menor calor e são, portanto, as alturas mais confortáveis para as corridas de verão. Porém, é importante perceber qual é o objetivo do treino. Se este for de preparação para uma prova, é importante ter em consideração a hora a que a mesma decorrerá.
A causa é simples. A maioria das provas acontece por volta das 10 horas. Se um atleta treina sempre ao nascer do sol, quando ainda há pouco calor, não estará preparado para enfrentar as temperaturas do meio da manhã. É, assim, muito importante adequar os treinos ao nível de exigência da prova. Isto, além da distância a ser percorrida, inclui o estado da temperatura.
Solução? Treinar nas horas de menor calor, mas intercalar com alguns treinos que comecem uma hora antes da hora de partida da prova. Assim, o corpo vai adaptar-se às condições que vai encontrar no dia da corrida. Juntamos a isto, todas as regras que foram mencionadas acima: hidratação continua, snacks para fornecer energia, protecção solar e roupas adequadas.
6. Correr em locais com sombra
Treinar em sítios com árvores será uma boa hipótese para haver uma maior protecção contra o sol. Porém, aqui a lógica é a mesma daquela referida acima: numa prova de estrada não há, praticamente, sombras nenhumas. O treino, mais uma vez, deverá ser adaptado ao tipo de corrida para a qual o atleta se prepara.
É preciso de encontrar um equilíbrio entre treinos confortáveis e treinos que se assemelhem ao da prova. O objetivo é sempre o mesmo: manter a saúde fora de risco, aliada a uma boa performance na prova. Nenhum atleta deverá, no entanto, ignorar aquilo que o corpo lhe diz. É essa a próxima e última regra.
7. Estar atento ao que o corpo diz
Esta regra é fulcral: um atleta deve conhecer o seu organismo, deve conseguir identificar aquilo que ele lhe diz e conhecer as suas limitações. Durante os treinos, deverá estar atento a vários sinais: à sede, aos batimentos cardíacos, à energia ou à transpiração. Tudo isto deverá estar dentro dos padrões normais. Caso contrário, o corpo está a pedir para parar. E o atleta deverá obedecer.
Se o atleta começa a ficar tonto e excessivamente cansado e fraco, deve procurar, imediatamente, uma sombra, parar, beber água e refrescar-se de modo normalizar a temperatura corporal.
Ignorar os sinais do corpo é muito perigoso e pode levar a estados graves de saúde.
Publicidade